Espaço atende pessoas com transtornos mentais graves por demanda espontânea, com equipes multiprofissionais prontas para acolher os usuários
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde e da Fundação Estatal de Saúde de Maricá (Femar), iniciou nesta quarta-feira (01/03) os atendimentos no Centro de Atenção Psicossocial Gilberto Silva dos Santos (Caps III), que funcionará 24 horas para atendimento por demanda espontânea de pessoas com sofrimentos psíquicos graves. O espaço fica na Rua Clímaco Pereira, 259, no Centro, sendo uma expansão do Caps 2, com 60 profissionais atuando no cuidado humanizado desse público e na construção de projetos terapêuticos individualizados.
Com essa abordagem, as demandas relacionadas à saúde mental serão atendidas de forma efetiva, levando em conta o cotidiano e o contexto familiar dos usuários — parte das ações das equipes nos territórios. O Hospital Conde Modesto Leal continua sendo a unidade de retaguarda à crise dos usuários, visto que o Caps não se caracteriza como um serviço de urgência e emergência.
“O Caps III é resultado do esforço e determinação de todos os profissionais em construir uma saúde mental de qualidade. Investimos e avançamos continuamente, fazendo a Atenção Psicossocial crescer em Maricá, ampliando os serviços. Temos equipes para acolher os usuários com todo o carinho e uma gestão comprometida em levar o melhor à população, o que nos ajuda a trilhar um caminho de avanços e bem-estar para os usuários”, destacou a secretária de Saúde, Solange Oliveira.
Caps III une cuidado e ações artísticas
No equipamento de saúde mental, há camas direcionadas ao pernoite dos usuários que necessitem de assistência noturna, armários, espaço para alimentação, banheiro e lavanderia. No local, os assistidos participam de oficinas artísticas, culturais, musicais, de estímulo ao corpo e a mente, além de serem realizadas atividades lúdicas no jardim, onde são cultivadas plantas alimentícias não convencionais e hortaliças. Diversos profissionais atuam no local, incluindo médico psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta, assistente social, além de oficineiros, redutor de danos, acompanhante territorial e cuidador.
“Nossa meta é humanizar cada vez mais a atenção à saúde mental na cidade. O Caps III é um espaço maravilhoso que se integra à nossa rede de cuidado. Ter um espaço totalmente estruturado faz bem ao usuário, acolhendo e tratando todos com respeito. É um presente para o município e faz parte do processo de ampliação dos serviços de saúde como um todo”, afirmou Claudia Rogeria de Lima, diretora de Atenção à Saúde da Femar.
Edna Francisca da Silva, superintendente de Atenção Psicossocial da Femar, lembrou o papel dos serviços de saúde mental para a inserção social dos assistidos e promover mudanças.
“Somos uma equipe que trabalha junto, com empenho e unidos para avançar, alcançando novas conquistas, onde o Caps III se insere. A saúde mental resgata a vida das pessoas, oferecendo novos sentidos e as potências de cada um, mostrando a importância da inclusão”, acrescentou.
Integração e gestão para cuidar melhor
Maricá conta com uma Rede de Atenção Psicossocial qualificada e em expansão, que inclui o Caps Álcool e outras Drogas (CapsAD), o Caps Infanto-Juvenil (CAPSi), o recém-entregue Caps III, além de residências terapêuticas e Equipes Multidisciplinares de Atenção Psicossocial (Emap). Esses equipamentos evidenciam o esforço da gestão para atender os usuários com qualidade e dedicação.
“A efetivação do CAPS III foi um processo construído se preocupando com todos os detalhes, nos profissionais e em um ambiente acolhedor aos usuários. Ter um espaço de saúde mental funcionando 24 horas faz muita diferença, principalmente por oferecer apoio no período noturno, momento que às vezes expõe angústias”, disse Luana Rodrigues, subsecretária de Atenção à Saúde.
Alfred Anderson de Sousa mora em Itaipuaçu e é usuário do Caps. Ele elogiou o serviço oferecido no local e mostrou o papel do cuidado recebido para a melhora do seu quadro de saúde mental.
“Me sinto muito honrado, porque o Caps abriu as portas para me acolher, ajudando no cuidado à esquizofrenia, contribuindo na minha melhora, o que me deixa muito feliz. Em Maricá, temos a oportunidade de receber um bom tratamento de saúde mental, por isso agradeço aos profissionais que compõem as equipes pelo ótimo trabalho que todos têm feito”, concluiu.