Evento promoveu diálogos em rede sobre o tema, integrando população, profissionais da área e usuários dos serviços
A Prefeitura de Maricá realizou nesta terça-feira (11/04), na quadra do CEM Joana Benedicta Rangel (no Centro), o 9º Fórum de Atenção Psicossocial, que foi marcado por debates intersetoriais sobre o tema “Cenas de uso: como cuidar?”. O encontro abordou formas concretas e humanizadas de assistência às pessoas em situações de uso aberto de drogas, afastando estigmas, apresentando os serviços oferecidos no município. Além disso, foi destacada a importância da articulação em rede e do diálogo com os usuários para construir coletivamente ações efetivas.
A programação teve início com um momento de apresentação do fórum e dos palestrantes. Depois, ocorreu a mesa principal de discussão, composta por Ualace Carvalho, da Secretaria de Assistência Social; Juliana Lugarinho, do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD); Bruna Claro, do Conselho Municipal de Enfrentamento à Dependência Química e ao uso Abusivo de Álcool e outras Drogas de Maricá (Comad); além de Isadora Praça, gerente das Equipes Multidisciplinares de Atenção Psicossocial (Emap).
O evento foi uma iniciativa das secretarias de Saúde, Assistência Social e da Fundação Estatal de Saúde de Maricá (Femar), contando também com a participação da Secretaria de Políticas Inclusivas. Izadora Praça, gerente das EMAP e uma das responsáveis pela organização do fórum, afirmou que o evento é uma forma de construir cuidados em rede e ouvir propostas, melhorando o acolhimento às pessoas em cenas de uso de drogas.
“Maricá se desenvolve e buscamos sempre acolher cada caso por meio da articulação intersetorial. Temos uma Rede de Atenção Psicossocial com vários pontos de apoio, encerrando a política de manicômios e criando serviços de saúde mental que estão em diálogo com cada território. Somos a cidade que abraça e as questões ligadas a álcool e outras drogas são uma demanda crescente, por isso temos que ouvir esses usuários, observar o que são as cenas de uso, discutir coletivamente para cuidar com base em estratégias e parcerias”, ressaltou.
Rede de cuidados integrados
Juliana Lugarinho, psicóloga que atua no Caps AD, pontuou o papel do encontro para promover assistência qualificada, sempre buscando o contato próximo à realidade dos usuários. “O objetivo do encontro foi intensificar as falas sobre os cuidados em rede, sempre estando no território. Assim, chegamos às cenas de uso, reduzimos os danos causados por esse ambiente e colocamos esse sujeito no centro do cuidado, acolhendo sem julgamentos. Assim, atendemos com integralidade e buscamos reintegrar esse usuário à sociedade, trazendo ele para o Caps”, destacou.
Bruna Claro, do Comad, disse que o processo de cuidado deve ser construído coletivamente e o conselho é um espaço para debater novas propostas. “Todas as nossas falas durante o fórum foram construídas junto aos usuários, nos Caps e reuniões do Comad. O conselho atua desde 2014, composto pelo poder público e a sociedade civil, pensando propostas e dialogando sobre as políticas de álcool e drogas no município. Devemos entender o que acontece nas cenas de uso, garantindo que as políticas públicas ajudem a cuidar de forma sensibilizada e humanizada, parte da luta antimanicomial”, concluiu.