Mobilização uniu saúde mental e ações culturais, com programação diversa
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, realizou entre terça e quinta-feira (16 a 18/05), a Semana da Luta Antimanicomial na cidade, promovendo o cuidado humanizado e em liberdade para as pessoas com algum sofrimento psíquico. A mobilização estimulou a saúde mental dos participantes através da arte e cultura, amplificando as vozes dos usuários dos serviços, além de integrar profissionais da área e convocar a população em geral para participar da campanha.
Na quinta-feira (18), Dia Nacional da Luta Antimanicomial, uma ação cultural reuniu dezenas de pessoas na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro. A atividade contou com exposição dos desenhos finalistas do concurso artístico “Direito e Liberdade, Cuidar é a Melhor Arte”, premiação da campeã, recital de poesia, microfone aberto para exposição de ideias, além de apresentações musicais dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e dos artistas da cidade Ronaldo Valentim e Dalva Alves.
A iniciativa também sediou uma feira, com a comercialização de itens produzidos a partir de materiais recicláveis, artesanatos, doces, salgados, bijuterias e produtos dos indígenas da Aldeia Mata Verde Bonita (em São José do Imbassaí). A programação teve o apoio das secretarias de Assistência Social; Políticas Inclusivas; Economia Solidária; Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher; Cultura; assim como da Coordenadoria de Postura.
A secretária de Saúde, Solange Oliveira, comemorou a adesão às atividades, pontuando também a dedicação dos profissionais.
“As ações da Semana da Luta Antimanicomial foram um sucesso, representando o nosso empenho para cuidar com humanização e liberdade. As expressões artísticas são uma ferramenta importante de promoção à saúde mental e isso foi comprovado pela participação no concurso e durante as atividades. Parabéns a cada profissional que ajudou na construção dessa programação especial”, ressaltou.
União pelo cuidado em liberdade
Gisele Diniz, psicóloga da Equipe Multiprofissional de Atenção Psicossocial (EMAP) do terceiro distrito, ressaltou a função dos serviços oferecidos na cidade e das ações desenvolvidas para a luta antimanicomial.
“Entendo que somos pessoas de direitos civis e sociais e que devemos tê-los garantidos, por isso o cuidado à saúde mental deve ser ofertado em liberdade através dos serviços do SUS. Em Maricá, as Emaps têm atuado de forma presente no território, se aproximando à comunidade, o que está conectado às atividades da Semana da Luta Antimanicomial e à participação popular. 18 de maio é um marco importante, o Dia da Luta Antimanicomial, feito com todos e para todos, o que toda a programação representa”, afirmou.
Salvador da Costa, usuário do Caps 3, aproveitou o evento na Praça Orlando de Barros Pimentel para expressar sua relação com o Caps, espaço que fez a diferença na sua vida.
“O Caps é um espaço de cuidado e amor, tendo livre arbítrio e liberdade para sonhar com um futuro melhor. Estou muito feliz por isso tudo, pelos profissionais e por Maricá existir. Sem o amor nada é possível e fiquei muito feliz de comentar sobre a minha vida nesse dia”, acrescentou.
Mobilização em várias frentes
A Semana da Luta Antimanicomial também contou com outras iniciativas. Na terça-feira (16), a programação começou com apresentação do coletivo Maricanto com o Teatro das Oprimidas e intervenções culturais na Lona Cultural de Itaipuaçu, seguindo com exibição do filme “Nise: o coração da loucura” no Cine Henfil.
Na quarta-feira (17), o Caps 3 sediou a oficina lúdica “Medicações Poéticas”, onde cada participante criou um remédio que representava um sonho, desenvolvendo também uma bula com a escrita de pensamentos e anseios.
Além disso, também foi realizado um concurso artístico sobre a Luta Antimanicomial, com 58 expressões artísticas participantes, sendo 20 escolhidas pela comissão organizadora para participar da votação popular. Camila Moreira, vencedora do concurso, apresentou as suas inspirações e a representação da mobilização para a sua vida.
“Trabalho no Hospital Conde Modesto Leal, um espaço em que lutamos pelo direito do paciente à liberdade. Gosto muito de desenhar, então, quando encontrei o concurso, refleti sobre o tema e quis expressar alguém tomando para si a liberdade, porque ninguém pode tirar isso da gente. Essa é uma luta que acompanho e espero que cada vez mais pessoas se conscientizem e se unam por isso. A expectativa é que meu desenho ajude e seja fonte de inspiração”, concluiu.